Eleição da Corte Momesca
Ontem aconteceu a eleição da Real Corte Momesca do Carnaval de Belo Horizonte, evento promovido pela Belotur, com o Jequitibar lotado; dirigentes e associados das agremiações carnavalescas, artistas, jornalistas, autoridades do meio e políticas, e demais convidados.
A noite não poderia estar mais de acordo, com o ambiente descontraído, alegre e bonito como a gente que lá estava.

Mas, para quem sabe "cheirar", havia algo no ar. O desfile das candidatas já começou com o único fator diferente naquela ocasião: a primeira a desfilar foi a candidata da Unidos do Arco Íris, AISLA PIRV. Com exuberante garbo e determinação estampada em cada gesto, a radiante mulata foi se apossando da pista, lentamente, até que a orquestra entrou com tudo num frenético samba da pesada. Foi um assombro; Aisla dominou por completo o espaço, a passarela tornou-se sua casa, e, do alto de seu salto 15 arrasou gloriosa.
Assobios, gritos, aplausos entusiásticos, uma verdadeira ovação.
Seguiram-se as outras, mas, é preciso ser sincero: bonitas, sim, e até com um razoável samba no pé, mas nem próximas do show que nossa candidata desempenhou.

E vieram os candidatos a Mister Momo... Curioso: dizia-se que o ministério da saúde havia proibido os gordinhos, que não podia ter mais de 100 quilos, tinha de ser "light", "sarado"... Qual o quê; os primeiros colocados e sobretudo o campeão eram, sim, o que se pode chamar de obesos. Fazer o quê, né?! Regulamentos existem para serem violados. Ou.....

Bem, e enfim chegou o tão esperado momento.
Iria começar a leitura do resultado.
- "Como Menção Honrosa, AISLA PIRV".
E todo mundo entendeu o grande fiasco da mesa julgadora. Antes, durante o desfile, a grande maioria dos presidentes de escolas e grupos carnavalescos já dizia que a candidata da Unidos do Arco Íris seria a campeã, sem dúvida.
Mas o corpo de jurado era composto por "autoridades comprometidas" Deus sabe com o quê - política, interesses particulares, ocasionais, amizades antigas.... -, e não tinham competência nem peito, nem ombridade para reconhecer o óbvio, a aclamação popular, e preferiram resguardarem-se em seus guetos de falsa moralidade ou demência que o valha. Ficou muito claro a discriminação e o preconceito.
As outras candidatas, nas coxias, iam cumprimentar Aisla com frases de protesto, tipo: "Você é quem tinha de estar com aquela coroa!".

E ficou constatado, também, mais uma vez, que a neofobia ainda assola a mentalidade bovino-bancária de certos dirigentes de nossa cidade, de alguns formadores de opinião que ainda, eu digo, ainda, ocupam algum cargo que lhes permite esses abusos.

Mas isto está com os dias contados.
O título improvisado - pois não constava no regulamento do concurso - concedido a AISLA PIRV mostra a fraqueza do sistema agonizante, e, mais importante, a certeza de que aquele título foi dela, pela brilhante apresentação, pelo divino samba no pé, pelas curvas sensuais e pelo charme alucinante com que ela conquistou a todos os entendidos no assunto: o povo que faz o Carnaval.

AISLA está consolidando seu momento; o MOMENTO AISLA, RAINHA DO CARNAVAL DE BH 2005!!!!


Osmar Rezende

- enviado por Marccelus @ 11:23 AM
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